Com protagonismo de Luís Flávio de Oliveira, Galo não se aproveita da vantagem construída no jogo de
No jogo de ida, disputado no Independência, o Galo foi avassalador. Vimos o time de Larghi envolver o adversário durante toda a partida. Inacreditavelmente, hoje vimos totalmente o contrário.
Você certamente já ouviu alguém dizer que erros de arbitragem não devem esconder os próprios erros de uma equipe de futebol, tampouco justificá-los. Mas hoje não podemos deixar passar. Não só por essa partida, mas por toda uma vida sofrendo com os senhores com o apito na boca.
Admito sem a mínima vergonha que o Galo não foi aquele time com o qual estávamos acostumados recentemente. Nosso brilhante Otero, por exemplo, não era aquele pé de chumbo. Era um homem de cabeça quente, nervos à flor da pele e sucumbiu às provocações de Edílson. Não vou dizer que agredir um companheiro de trabalho seja correto, nem tolerável, mas para ser justo, ambos deveriam ter deixado o campo, igualando assim, nossas chances.
Aos 21 minutos, Otero foi "convidado" a se retirar, o que só piorou um cenário que já era ruim - o Cruzeiro já vencia por 1x0, com gol de Arrascaeta, marcado aos 3 minutos. A expulsão do venezuelano, somada a várias faltas bobas marcadas a favor do Cruzeiro, dava a impressão de um juiz predestinado a frustrar nossos planos.
Emocionalmente, uma final já é um jogo muito difícil de ser disputado. Agora imagine o nervosismo acompanhando da impotência de ver quem deveria ser justo na partida fazendo totalmente o contrário. Assim fica impossível, não? Não. Nós víamos tudo se encaminhar para um final trágico, mas a crista seguia de pé. Fomos aos vestiários com um a menos e ainda em vantagem, precisando de um segundo tempo melhor para alcançar nosso objetivo. Infelizmente, não veio "o melhor". A parcialidade do Sr. Flávio era nítida, a impotência do Galo diante disso e da desvantagem numérica também.
Novamente, nos primeiros minutos, o rival celeste balançou as redes. Aos 7 minutos do 2° tempo, Thiago Neves marcou o segundo gol do Cruzeiro, fazendo o placar que precisava. Um único gol do Galo mudaria toda a história, e nós vimos o time ensaiar algumas boas chegadas ao gol do Cruzeiro, mas nada que fosse uma chance clara de balançar as redes.
Era um misto de otimismo e pessimismo no Mineirão. O "eu acredito" com o "será que dá?". Não deu. Não digo que não nos sagramos campeões apenas por deméritos do Galo, ou méritos do adversário. Havia algo sobre o qual nada podíamos fazer: quem comanda como o jogo vai fluir é quem tem o apito na boca. É quem se entitula juiz, mas não age de acordo, com justiça. É quem influenciou diretamente no resultado final.
Para completar, ainda tivemos a expulsão de Patric, já nos acréscimos. Não que fizesse muita diferença a essa altura do campeonato, mas retrata bem nosso nervosismo e, principalmente, a insatisfação. O Galo de Thiago Larghi ainda é um Galo melhor. O auxiliar técnico que surgiu para nos dar uma cara nova ainda tem meu apoio e também meu respeito. Larghi é um aspirante estudioso, um profissional capacitado e, acima de tudo, uma pessoa humilde. Como já havia dito, os jogadores compraram sua ideia e a perda desse título não deve interromper este trabalho. Espero sinceramente que eu não seja a única a enxergar isso.
Quanto à nós, Atleticanos, não podemos ter substitutos para o nosso "cargo", graças à Deus. Estivemos aqui na semana passada, estamos aqui agora, estaremos para sempre. Isso é algo que taça nenhuma pode comprar, diferente do que acontece do outro lado da Lagoa. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, Galo! Estaremos aqui para te aplaudir.
Quarta-feira, teremos uma pedreira pela frente. Encaramos o San Lorenzo, às 19h15min, no Nuevo Gasometro. O jogo é válido pela Copa Sul-americana, sendo crucial para uma de nossas ambições. Que soprem ventos mais felizes desta vez, nos trazendo novamente o bom momento que estávamos vivendo.
Vamos, levanta a cabeça Galo!
Foto: Superesportes