O Galo na história. Honrando o nome de Minas no cenário esportivo mundial. Campeão da Copa Conmebol
O primeiro título internacional da história do Atlético foi a Copa Conmebol de 1992. E o Galo, como sempre pioneiro, venceu de cara a primeira edição do torneio. A década de 90 estava no começo ainda, mas o Galo parecia estar vivendo a década há mais tempo. De 1990 até ali, o Atlético não tinha conquistado o tricampeonato mineiro de 1990, havia chegado às quartas de final do Brasileirão daquele ano, na semifinal do Brasileirão de 1991 e conquistado o título mineiro de 1991. Além de um oitavo lugar no Brasileiro de 1992. Aquele título veio em uma excelente hora para o Galo. Nada como um título internacional para superar os insucessos daquela década que estava começando.
O Atlético assegurou o direito de participar da Copa Conmebol devido ao quarto lugar obtido no Brasileirão do ano anterior. Pensar que clubes como Vasco, Botafogo, Palmeiras, Santos, Grêmio, Inter/RS e Corinthians não participaram do torneio por não terem conseguido o índice condicional exigido pela Conmebol. Mas quem pensa que foi fácil o Atlético conquistar o título, se engana. Logo na estreia do torneio, um susto: derrota de 1x2 para o Fluminense em Juiz de Fora. Começar um torneio perdendo não é bom. Para alguns supersticiosos de plantão, tudo que começa errado acaba errado. Mas no jogo seguinte, o Atlético mostrou que "AQUI É GALO" e superstição não ganha jogo, nem mesmo filosofias e sapecou 5x1 no tricolor carioca no jogo da volta. O Galo se classificou para as quartas de final e mostrava o seu poder de reação e capacidade de reverter as situações. O tricolor carioca ficava para trás, e o Galo avançava rumo ao seu primeiro título internacional.
Na fase seguinte, o Atlético enfrentaria o Atlético Juniors da Colômbia e o primeiro jogo seria fora. O Galo arrancou um empate de 2x2 na casa do adversário, trazendo para Minas um bom resultado para poder avançar até as semifinais e quebrar o tabu de títulos internacionais para um amor que tinha acabado de completar 84 anos de história. Só uma vitória interessava. E ela veio com um 2x0 sobre o Atlético Juniors e o Galo estava na semifinal. Faltavam quatro jogos para a conquista inédita. Quatro jogos para o Atlético se encontrar com seu verdadeiro destino.
Talvez muitos poderiam pensar: "Mais uma semifinal??? Não vai dar para o Galo. O time tem morrido muito na praia ultimamente e justamente nas semifinais das competições. Foi assim nos Brasileirões de 83, 85, 87 e 91. Em torneios mata-mata o time não dá sorte. Olha aí a recém criada Copa do Brasil. O time tem passado longe.". Era a hora de superar tudo isso. E pareceu ficar mais iminente após o Atlético perder o primeiro jogo para o Nacional do Equador fora de casa por 0x1. "Tá vendo??? Não falei??? Vai morrer na praia de novo". Mas ainda tinha um jogo. Uma guerra a ser vencida não apenas contra onze adversários. Mas contra tudo isso. E mais uma vez o Galo fez o que sempre fez em toda sua vida: se superar. Venceu por 2x0 o Nacional e se classificou para sua primeira final internacional. O adversário: O Olímpia do Paraguai, bicampeão da Libertadores e campeão do mundo. Muitos também poderiam pensar: "O Olímpia??? Agora mesmo é que não vai dar para o Atlético!!! Esses times sulamericanos são melhores que os brasileiros nessas competições. Brasileiro não sabe jogar esses torneios. Pra ganhar essas competições, só possuindo um time muito, mas muito bom mesmo!!! E esse time do Atlético não é lá essas coisas não.".
De fato não tínhamos craques no time. Mas como foi dito antes aqui no texto, "AQUI É GALO" e superação faz parte da história do Atlético. O primeiro jogo seria no Mineirão. Mais de 60 mil pagantes que foram ver Negrini fazer os dois gols da vitória por 2x0 do Galo sobre o campeão do mundo Olímpia. 2x0 que dava um pouco de tranquilidade para a maior torcida de Minas na espera pelo seu primeiro título internacional. O Galo chegou na decisão na base da superação. Enfrentou alguns adversários desconhecidos e o que de certa forma chega ser um perigo. Perigoso porque você não tem nenhuma informação a respeito do adversário. Além de enfrentar catimba dos adversários. Faltava um jogo. Faltava 90 minutos. E, no dia 23 de setembro, João Leite, Alfinete, Luis Eduardo, Ryuler e Paulo Roberto; Eder Lopes, Moacir e Negrini; Sérgio Araújo, Aílton e Claudinho entravam em campo para representar milhões de Atleticanos na busca por um sonho. Por um destino.
O primeiro título internacional da sua história. Não sería fácil. Até bombas nós encaramos. Estádio acanhado. Os primeiros 45 minutos terminaram em 0x0. Faltavam mais 45 minutos para alcançarmos a glória. "Mas com o Atlético acontece de tudo véi". Poderia ter dito um. Outro poderia ter respondido: "Vira essa boca pra lá!!! Vai dar Galo!!! Hoje não tem azar não sô!!!". E durante 44 minutos seguramos o resultado até levarmos um gol. Derrota de 0x1 para o Olímpia, mas que nos trouxe o nosso primeiro título internacional em 84 anos de história!!! O título era nosso!!! Viva o Galo!!! A década que tinha começado de forma sofrida, via a primeira conquista internacional do Galo.
Era o encontro do Atlético com seu destino!!! O Atlético tinha vencido tudo nessa competição: Desconfiança, superstição, desdém dos adversários invejosos que não participaram.
Assim é o Atlético!!! Assim é o Galo!!!
Esporada neles Galo!
Foto: Super Esportes