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O Galo na história - Superação Atleticana e título mineiro de 1999

Muitas palavras podem definir o título Mineiro de 1999. Raça, vontade, volta por cima, superação, sofrimento etc. Assim foi o Galão da Massa no Campeonato Mineiro de 1999. Antes de começar o campeonato, o Atlético não era o favorito. O Galo estava há quase quatro anos sem vencer o estadual. A temporada anterior tinha sido decepcionante para o Atlético. O rival era considerado favorito e buscava o tetracampeonato da competição além de ter jogadores de nível de seleção. O América corria por fora. O grande Toninho Cerezo havia sido demitido depois da Copa dos Campeões Mineiros, e aos olhos naturais e futebolísticos, não podia se esperar muita coisa mesmo do Atlético no Mineiro e no restante da temporada. Só que muitos se esquecem que o Galo é forte e vingador, e que tem no Atleticano alguém que torce contra o vento.

A Campanha

A estreia não foi das mais animadoras. Empate de 0x0 contra a Caldense, no Mineirão, diante de mais de 9 mil Atleticanos. No jogo seguinte, fora de casa, vitória por 5x1 sobre o Valério em Itabira. Adriano e Marques fizeram dois cada um e Wellington fez o quinto. No jogo seguinte, diante do Villa Nova, no Mineirão, vitória por 2x1 com gols de Valdir Benedito e Marques. No jogo seguinte, primeira derrota no campeonato: 0x1 para o América no Mineirão. Nos três jogos seguintes do primeiro turno do octogonal, o Galo venceu o Democrata de Governador Valadares por 2x1 de virada no Mineirão, empatou com a URT por 3x3 fora de casa depois de estar perdendo por 1x3 e empatou com o rival arrogante no Mineirão por 1x1. Após o fim do primeiro turno, esse era o balanço do Galo: 7 jogos, 3 vitórias, 3 empates e 1 derrota. 12 pontos em 7 jogos. Nesse período, o Galo contratou nove jogadores. O entrosamento seria um dos problemas da equipe. Além do que, o Atlético tinha perdido seu matador Valdir Bigode para o Botafogo do Rio. Vieram em troca Alexandre Gallo e Ronildo. Belletti foi outro que chegou durante a competição.

A estreia no segundo turno foi contra a Caldense fora de casa: derrota de 2x3. No jogo seguinte, empate em 1x1 contra o Democrata de Governador Valadares fora de casa. O Atlético se encontrava com uma realidade dura: corria o risco de ficar fora da final do Campeonato Mineiro e, assim, ficar mais um ano na fila. Para o Galo ir para a final, o Alvinegro precisava vencer os cinco jogos restantes e ainda torcer por tropeços dos rivais América e o time de italianos. A situação era difícil. Mas como já foi relatado aqui, o Atleticano torce contra vento e as coisas no Atlético são sofridas mesmo. No jogo seguinte, o Galo começava sua arrancada rumo ao título: goleada por 5x1 sobre o Villa Nova fora de casa. Nos quatro jogos seguintes, foram 4 vitórias no Mineirão: contra o rival América por 2x0, 4x0 na URT, 2x0 no Valério e, a mais saborosa de todas, 2x0 nas Marias na última rodada do octogonal. Vitória essa que não só confirmou a classificação do Atlético para a decisão contra o América, mas serviu para causar a única derrota da equipe de italianos no campeonato, eliminá-los da competição e ainda por cima impedí-los de conquistar o tetracampeonato da competição. Tudo isso que as Marias sofreram foi por causa do Galo. Elas tremeram como sempre!!! Era mais uma volta por cima do Atlético no Mineiro, onde muitos apontavam o antigo Palestra como favorito e achavam que não chegaríamos na decisão do campeonato. Não custa lembrar que o Galo foi o último tetra em Minas, de 78 a 81, onde depois viraria hexa. O único hexa do Mineirão. Foi mais um milagre vivido pelo Atlético naquele campeonato. As finais

Embalado pela classificação heróica, o Atlético enfrentava o América na decisão com direito a um ponto extra por ter feito a melhor campanha. Mas logo no primeiro jogo o Galo tomou um susto: Derrota de 1x2 para a equipe americana no Mineirão. No segundo jogo, empate por 1x1. Algo precisava ser feito. A raça e a garra precisavam voltar. Então entrou em campo o primeiro jogador do Galo: A Massa Atleticana!!! A Massa lotou o Mineirão no terceiro jogo, levando mais de 70 mil pessoas ao estádio. Estavam em jogo muita coisa, não apenas o troféu do Campeonato Mineiro. Começa o jogo. Aos oito minutos, o rival perde um gol de cara. A resposta Atleticana vem aos 17 minutos: em jogada de Curê pela esquerda, que cruzou para a área, Marques recebe e chuta de canhota, mas o atacante perde o gol. Mas aos 34 minutos, Marques se redimiria sofrendo pênalti e Lincoln, aos 36, faria o gol do título, acertando a cobrança. E o mesmo Marques acertaria a trave americana aos 46 minutos. Fim de primeiro tempo: Atlético 1x0. Ainda teria mais 45 minutos fora os acréscimos para o Galão daMassa confirmar mais um título para a sua extensa galeria.

No início do segundo tempo, Alexandre Gallo se machuca na cabeça a ponto de sangrá-la. O jogador chora. Ao invés de pedir a substituição e fazer um tratamento mais intensivo, o jogador encarna a velha garra atleticana permanecendo em campo. O jogador é a imagem do Atlético e do Atleticano. Mesmo feridos, o Atleticano e o Atlético seguem na luta pelos seus objetivos. Aos 4 minutos o América quase empata: o goleiro Emerson salva o Galo em chute de Irênio quase da pequena área. Aos 10, Curê quase marca um golaço de fora da área, encobrindo o goleiro americano que saiu do gol para tentar abafar. O jogo segue. O América busca o gol de empate que lhe daria o título. Agonia no Mineirão. Era a espera da confirmação da justiça em favor do Galo. E ela vem quando o juiz encerra o jogo aos 49 minutos e 41 segundos. ATLÉTICO CAMPEÃO MINEIRO DE 1999. Um título que muita gente não acreditava. De uma equipe que enfrentou adversidades antes e durante o Campeonato Mineiro. Título sofrido bem Atleticano. O Atlético mostrou que nunca está morto.

Era o Atlético de Emerson, Walmir, Neguette, Caçapa e Ronildo. Gallo, Belletti (Edgar), Lincoln (Mancini) e Robert, Curê (Bruno) e Marques. Os heróis da final, comandados pelo uruguaio Darío Pereyra, eram os heróis do campeonato junto com outros heróis como Kléber, Sandro Barbosa, Cláudio, Nílson, Henrique, Adriano, Wellington, Valdir Benedito, Pedro Paulo, Galván, Valdir de Souza, Tarcísio, Nélio, Cairo, Edmilson e David. Além da heroica Massa Atleticana que não encarou a competição como um campeonato qualquer e sabia da importância do título e lotou o Mineirão.

Foi a superação da Massa Atleticana e do Atlético. Não existe casamento mais perfeito!!!

Esporada neles Galo!!!

Foto: Reprodução/WebGalo


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